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14 de fevereiro de 2012

Timings

Existem bons e maus timings. 

Eventualmente serei acusado por grande parte dos sportinguistas de só começar a falar num momento menos mau do Sporting e não quando o Sporting teve, ainda há bem pouco tempo, uma série de 7 jogos sem perder na liga. Certamente um melhor timing do que fazê-lo hoje.

Sá Pinto pega na equipa do Sporting a dizer que entrou num timing difícil. Difícil não é o timing… Difícil é treinar o Sporting. O timing nunca é o melhor para entrar e liderar um plantel escolhido por outro treinador nem é o melhor para despedir um treinador. Despede-se quando os resultados não vão de encontro às pretensões de um clube.

Existe ainda muito a ganhar e muito que se pode perder esta época: Uma taça de Portugal para vencer, um (pelo menos) terceiro lugar para garantir um acesso à eliminatória da Champions e levar bem alto o nome do clube na Liga Europa, este ano mais competitiva do que nunca! Logo, o timing para se mudar de treinador até nem é mau. Deveria ter sido dada mais uma oportunidade de mostrar algo mais no jogo da Polónia? Depende do que está por detrás da demissão do treinador, se apenas os resultados desportivos ou algo mais. Deveria ter sido após o jogo com o Gil Vicente? Poderia ter colocado em causa a passagem do clube à final da Taça de Portugal dado que o jogo do Nacional era mais decisivo (segunda mão da eliminatória) do que o jogo desta quinta-feira na Polónia.

Mas o facto de Domingos não ser já treinador do Sporting deve-se inteiramente à performance desportiva? Penso que não. Domingos parece nunca se ter adaptado a um clube grande, que necessita forçosamente de um discurso diferente, mais ambicioso, que se coadune mais um com clube da dimensão do Sporting. As sucessivas tentativas de se alhear dos problemas do plantel, da equipa, dos jogadores, a instabilidade emocional que demonstrava durante os jogos e nas conferências de imprensa, tudo isso passava para o relvado e para as bancadas. O fulgor que os adeptos sentiam esmoreceu e com o clube com a corda na garganta, a necessitar urgentemente de garantir os lugares cimeiros que lhe abram portas aos milhões da UEFA, falou mais alto a necessidade de mudança. É o mundo do futebol, acontece a toda a hora por esse mundo fora, e nós, infelizmente, não somos excepção! Não podíamos, de maneira alguma continuar como estávamos.

A subida do Sá Pinto a treinador principal do Sporting é, na minha opinião, precoce e ocorre no timing errado para o seu crescimento como treinador e, para além disso, capaz de travar um crescimento que se esperava consolidado dos jogadores actualmente na equipa de juniores para a futura equipa B, pensava eu, liderada precisamente pelo Sá.

Apesar disso, acredito que o Sporting poderá almejar o sucesso ainda esta época. Com Sá Pinto chegará uma nova filosofia, futebol mais ofensivo (o problema do Sporting não estava na defesa como muitos querem vender, mas isso fica para outro post!), um novo desenho táctico que se espera vir a trazer melhor futebol e, consequentemente, vitórias. Uma vitória na taça de Portugal e chegar à próxima eliminatória da Liga Europa e lutar de igual para igual com o Porto ou com o City exige-se, assim como lutar em todos os jogos para que se tente reduzir distância para o terceiro classificado. O futuro dirá se o timing foi, ou não, bom! 

2 comentários:

  1. Possivelmente era disto que o Passos falava quando disse "não sejam piegas" !

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  2. Continuo a achar que o problema não será o timming, mas a suposta falta de tempo. O Sporting precisa de parar e pensar a médio/longo prazo. Enquanto continuar a pensar no imediato não vai ter alterar o rumo.

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