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28 de março de 2012

12º Jogador

Por definição, uma idiossincrasia é: “temperamento especial de cada indivíduo, relativamente à influência que nele exerce o que lhe é alheio”. O 12º jogador, sendo ele próprio uma das idiossincrasias mais curiosas do futebol, apresenta também, como “indivíduo”, várias idiossincrasias. Hoje especialmente acho piada a este 12º jogador, embora que com um sorriso amarelo. Na luz ele esteve omnipresente com vários poderes diferentes.

De início, o 12º jogador assumiu a faceta que o celebrizou. Público fervoroso e pronto para apoiar a sua equipa, no inferno da Luz com 60 e muitas mil chamas. O 12º jogador não toca na bola, a não ser quando há um remate para as nuvens, e hoje até houve muitos, mas é como se tocasse, pelo apoio, pela transcendência e força que confere aos 11 que lá estão dentro. O 12º jogador não faz marcações defensivas aos adversários, mas amedronta, intimida, enerva e desconcentra o adversário. E o adversário hoje era, o Chelsea, mas principalmente o Drogba. O Di Mateo é novo nestas andanças de treinador, mas percebeu isso. Deixou-o no banco e fintou o 12º jogador, que logo aí pode ter ficado baralhado.

O 12º jogador também apresenta um temperamento instável e volátil, relativamente à influência que nele exerce o que lhe é alheio (lá está). O desenrolar do jogo, não sendo do seu controlo, é lhe alheio e encarregou-se de o provar. O David Luiz tira o pão da boca ao Cardozo, impedindo-o de fazer golo. Esta do “pão da boca” também é gira, é natural que o Cardozo estivesse com fome, pois não deve ter jantado: “não se faz isso a um dos nossos oh cabeludo” gritou o 12º jogador. Convém lembrar que ele já não é nosso, nem pode mesmo ser considerado um 12º jogador, daqueles que fica para a história, portanto convém manter a distância emocional. O mesmo se aplica ao Ramires que fez miséria do Emerson. E o 12º jogador, mais baralhado ficou: “então mas apoio qual dos brasileiros? O mais bonito? São os dois feios! … olha, mal por mal, assobio o que joga pior”. Já não bastava o Ramires ser ele próprio um 12º jogador, com os desequilíbrios ofensivos que provoca e os defensivos que oferece (como é prova o último campeonato ganho pelo Benfica), e o 12º jogador resolve tornar o Emerson num jogador a menos do nosso lado, assobiando-o sempre que toca na bola. Já na segunda parte o David Luiz voltou a ser um 12º jogador e vence em cima da linha de golo, novo duelo com o Cardozo. Isto é demais para o 12º jogador das bancadas!

O 12º jogador, pode e deve também ser o treinador. Ninguém percebeu ainda, porque saiu o Aimar para entrar o Matic. A ideia era poupar o Aimar? Não será este, actualmente o nosso 12º jogador? Bem que podia, um 12º jogador qualquer, ter dito ao Jesus que ele não vai poder jogar os próximos dois jogos do campeonato. A perda do controlo do jogo foi instantânea. E nos momentos seguintes, o 12º do Chelsea, o Ramires, dá início à jogado do golo da forma que lhe é característica, isto é, em garra. Mérito também ao Torres que parece começar a ir buscar forças ao seu 12º jogador interior para renascer das prolongadas cinzas em que se encontrava. Já o Jesus cada vez se enterra mais, parece precisar de um 12º jogador, ou vários, para conseguir implementar o rotatividade a sério. Esta época até parecia que o estava a fazer melhor, mas afinal, parece que dos 3 primeiros do campeonato, o Benfica é o que utilizou menos jogadores, e os mesmos jogadores mais vezes. A verdade é que mais uma vez chegamos a esta fase da época e parece que perdemos soluções. É a tal questão da quaresma que já aqui falei.

O 12º jogador, podia também ter sido um daqueles que está no relvado, vestido de árbitro para lá da linha de fundo. Mas se lá estão apenas a marcar presença e não vêm nada, nem mesmo um corte com o braço do Terry na grande área, uma penalidade clara, então não sei o que estão lá a fazer. O 12º jogador podia ainda ter sido um autogolo do Cole já no fim, mas nem nisso tivemos sorte.

Faltou-nos um 12º jogador para empurrar, pelo menos, uma bola lá para dentro. Um vindo do banco, mas até isso está difícil. Eu até acho que tinhamos um 12º jogador a alinhar de ínicio. É defesa direito e ao mesmo tempo médio e extremo, tantas são as vezes que constrói ataques. Mas também por isso o 12º jogador, público, devia perceber que se calhar no outro flanco não pode acontecer o mesmo. Nem todos são Coentrões, e quando é necessário que se dê apoio, não se pode fazer exactamente o contrário. Retirá-lo e pior, assobiar a cada toque na bola. Estávamos a jogar fora? Assim, em vez de jogarmos com 12, jogamos com 10. Confesso que me faz confusão e até nisto devemos ser dos maiores do mundo. É pena que pelas piores razões. Fui muitas vezes ao estádio, agora não tanto, mas não me lembro de assobiar um jogador até ao fim do jogo.

Resta-nos esperar que em Inglaterra, cada um dos jogadores do Benfica tente individualmente ser um 12º jogador, para que colectivamente possamos aspirar a qualquer hipótese de passagem às meias finais. Só assim poderemos vencer o verdadeiro 12º jogador que vai ser o público do Chelsea.

21 de março de 2012

Tacinha de Picuinhices

A Taça da Liga não é nem nunca foi a prioridade do Porto. Frase muitas vezes repetida ao longo dos anos de existência desta espécie de competição. A Supertaça que se decide num jogo é que é um título a sério! No entanto, não foi a desvalorização por parte dos azuis que se viu hoje em campo. Bem sei que nem que fosse a feijões ou caricas o Porto não iria perder uma oportunidade para vencer o seu rival mais que tudo. A atitude empregue hoje na Luz em tudo valorizou a vitória do Benfica, em mais um grande jogo entre duas boas equipas, que apesar de poupadas nos titulares, não o foram no relvado.

O Benfica entrou melhor, e em 5 minutos constrói uma daquelas jogadas para ver e rever. Muitas que se têm visto, ao primeiro toque, envolventes, mas que por se irem tornando banais neste Benfica, deixam de ser valorizadas. Grande finalização do Maxi (o que eu me rio quando dizem que o João Pereira é melhor). Depois o pior, que também se vai tornando habitual neste Benfica, o permitir a reviravolta no resultado e de novo o pairar da nuvem negra de mais uma derrota na Luz com o Porto. Verdade seja dita que o remate do Lucho estava destinado a sair pela linha lateral, mas… acabou no fundo da baliza. A seguir mais um livre lateral e Mangala mais alto que toda a gente, a cabecear e, não retirando mérito, com mais uma boa pitada de sorte a bola a passar por baixo das pernas do Eduardo. O Porto abriu o livro e o Benfica a defesa, e só não voltou a sofrer, por acaso. Demorou a voltar, mas voltou, após a meia hora, em 5 minutos Luisão à trave, Luisão ao poste e… Aimar ao poste. Tudo em lances de laboratório.

Até que, o grande caso e escândalo do jogo! Que visão! Mais um livre de laboratório, quase em cima do grande círculo, marca o Pablito com mestria, recebe o Javi sozinho na pequena área e toma lá Nolito… “FOI COM O BRAÇO!!!” Reclamam os jogadores do Porto. Vendo bem, não há certezas e parece que foi com o peito. É pena! Golo com o braço tinha sido o momento alto da noite. Mas esse ficou reservado para o Cardozo (já lá vamos). Mas espera, afinal parece que o lance foi mesmo irregular, uma falta do Luisão? Agarrou o Sapunaru para o impedir que saísse para o contra-ataque quando o livre acabou de ser marcado, ou que saltasse 4 metros de altura para cortar a bola? Um bloqueio, obstrução? Chamem-lhe o que quiserem mas no campo ninguém reclamou. Foi com grande estupefação que assisto à indignação do Vitinho no final. E, pasme-se ou não, até o Pintinho volta à ironia e deixa escapar um “desta Taça já nos livramos”. Convém lembrar que já só te falta uma para estarem completamente livres… Quando se esperava uma atitude de elevação do Porto, aceitando a derrota, surgem as críticas à arbitragem. Fora de jogo, mal tirado ao Hulk? Talvez… temos pena. Mais do mesmo. E convém não esquecer que também critiquei o Benfica e o não reconhecimento da superioridade do Porto no jogo do campeonato. É uma tristeza ver-se no pós jogo as repetições repetidas de lances de faltas e faltinhas. Então e mostrar movimentações, jogadas bem feitas, movimentos ofensivos e defensivos, como se viu por exemplo na RTP no último Mundial? Na minha opinião seria um programa com audiência. Mas nada bate as picuinhices.

Voltando ao jogo jogado, o Porto até continuou bem, até que mais uma boa transição do Benfica, resultou num grande golo do Cardozo após algo em que não é forte, o sprint, ganho ao homem do jogo, o Mangala. Para mim o homem do jogo porque está no primeiro golo do Benfica, faz o empate e falha o corte no 3-2, permitindo o remate forte e colocado do melhor goleador a actuar em Portugal: 25 golos em todas as competições esta época.

Estamos na final, mas por mim tinha poupado mais. Sexta-feira há jogo, o mais importante desta época, não só porque é o próximo, mas também porque dá inicio a uma série diabólica e ganhá-lo é crucial para manter a motivação e a pressão no campeonato. Teria deixado pelo menos o Aimar e o Witsel de fora.

20 de março de 2012

David, Golias e o Galo de Barcelos

O grande pequeno Sporting, é assim que descrevo a última ronda do Sporting na liga Europa. Excelente resultado conseguido perante um gigante do futebol europeu.
Como contar esta história em dois atos:
1º Ato: A arrogância do Manchester City na visita ao Sporting
São diversos os comentários e as situações que mostram a insolência com que City encarou o jogo com o Sporting:
·         Sporting... até já ouvi falar, mas não conheço nenhum jogador;
·         Adaptação ao relvado, treinar …, não é preciso este jogo “vai ser um treino”;
·         E pumba, lá vai uma derrota no saco;
Ok, azares acontecem … o City deve começar já ver o que correu mal … e no dia seguinte lá estão eles a trabalhar … para o bronze na praia do Tamariz.
2º Ato: O sofrimento do Sporting
A jogar em casa, era de esperar um início avassalador do City … mas o que é que vimos? Um City no relaxe e um Sporting com paixão a aproveitar todas as oportunidades. Quem acreditaria que ao intervalo estaria 0-2 (e que no agregado das partidas equivaliam a 4) a favor do Sporting?
“Finalmente” na segunda parte, após 135 minutos, apareceu o City. O Sporting esteve “sempre” a jogar no seu meio campo e o City a somar golos até chegar aos 3-2.
Desta vez foi uma faceta já conhecida do Sporting que veio ao de cima, o sofrimento! E foi mesmo até ao fim quando com uma última palmada o Patrício retirou o golo ao City e garantiu o apuramento do Sporting.

Com esta onda de euforia, e de bons resultados, estaríamos todos à espera de mais uma vitória "fácil" no campeonato, pois mas foi isso que aconteceu. O Sporting tombou em Barcelos perante o Gil, surpresa? Talvez não, recordo que foi lá que o Porto perdeu o primeiro jogo do campeonato.
Eis como vi o jogo (ou pelo menos parte dele):
· 1º golo do Gil, marcado por um jogador chamado  GALO e com ½ frango do Patrício, parece anedota, mas não foi!
· “Agressão” ao Xandão… nada marcado (Paixão 1 – SCP 0);
· Penalty. É mão mas ligeiramente fora da área! (Paixão 2 - SCP 0);
· Penalty (não me estou a repetir, foi no mesmo minuto), desta feita existe mesmo falta, o pato do João Pereira mete a mão na bola e … 2º golo. Devo acrescentar que no primeiro penalty houve uma grande defesa do Patrício;
· 2º Amarelo para o Schaars e puf lá se foi o Sporting (Paixão 3 – SCP 0).
Resumindo, o Sporting jogou com paixão, o que é a imagem de marca do Sá Pinto, mas do outro lado estava outro tipo de paixão, o Bruno! Vamos ver se na próxima jornada com o Feirense o Sá consegue “cantar de galo” ou se a história é outra…
Estamos perante uma revolução do Sá Pinto no Sporting? Talvez, mas já são 4 meses e meio sem ganhar fora, e é bom que continue assim pois o Sporting ainda vai ao Dragão.

Uma palavra sobre Porto: Foi um jogo interessante, pelo resultado obtido e pela boa forma do Helton, menos conseguido pela exibição da equipa. Mas mesmo assim o Porto soma e segue J
Mais logo temos o último clássico da época entre o Benfica e o Porto, todos minimizam a importância do jogo, da competição … TRETAS, ninguém quer perder, muito menos o Benfica depois dos últimos resultados infligidos pelo Porto! Vamos ver e depois falamos …

16 de março de 2012

Eliminar o City é bom, mas...

e o ranking? :)

Grande derrota a de ontem! Parabéns ao Sporting!! Entrada com classe e saída com grande capacidade de sofrimento. Para mim a imagem do jogo fui a entrada do massagista com a sua pochete à cintura, malinha de primeiros-socorros em passo amaricado de queimar tempo, com os seus ténis de jogging, para assistir o Patrício, e o touro do Bolotelli enfurecido a assistir, pronto para investir. Não sendo sportinguista ontem sofri moderadamente no final.

Tal como aqui já tinha dito, o Sporting poderia passar se fizesse o seu papel de equipa pequena. Ontem foi um Gil Vicente, e o City um Sporting. A diferença de orçamento deve ser parecida.

Só faz bem a este ingleses convencidos e sobranceiros, pensarem que podem rodar e jogar com equipas secundárias na Europa. Os resultados estão à vista, resta o Chelsea. Já os tripeiros da Londres portuguesa não sabem como jogar em terras de sua majestade.

Por tudo isto, para daqui a pouco, quero o Chelsea. Se o 4º português elimina o ex-1º inglês, o ex-1º português não elimina o 5º inglês? Vamos ver.

Para mais logo quero um hat-trick do Cardozo e um bis do Nélson, ou vice-versa.

14 de março de 2012

Alargamento sim, mas com jeitinho!

À bruta é que não! É uma violação da integridade da Competição (disse a FPF), é preciso tratá-la com carinho que ela até é boa...

Sou a favor porque:

- Mais jogos: o campeonato é curto e, com excepção desta época, tudo fica decidido muito cedo. Mais 4 jogos, não são assim tantos, mas podem ainda acrescentar alguma incerteza no final (mais lesões, castigos, baixas de forma). E para quê 3 semanas de paragem no Natal e passagem de ano?

- Maior variedade no calendário: investiguem e reparem que, com todas as condicionantes (algumas sem sentido, a não ser o das transmissões) do sorteio do calendário, a tendência das jornadas é quase sempre a mesma. Exemplo das duas últimas épocas (se não estou em erro): quando o Benfica joga com o Sporting, o Porto joga com o Braga e o Sporting joga no final com o Braga.

- Somos o 4º campeonato da Europa: se queremos mais jogos, vamos ter 12 equipas e um play-off? Isso é uma estrutura de campeonato secundário, se estamos no top, não podemos ter um campeonato de brincar. Na Holanda o campeonato tem 18, talvez tenham mais poder financeiro, mas as nossas equipas são menos competitivas que as deles? Não. Os holandeses gostam mais de futebol do que nós? Também acho que não.

- Competitividade das equipas, ditas pequenas: há equipas na segunda liga bastante competitivas. As que sobem normalmente vêm com outra embalagem e dão muito boa conta de si. O futebol mudou, ir jogar contra o último está longe de ser uma goleada ou mesmo uma vitória garantida.

- Receitas das equipas, ditas pequenas: um dos argumentos contra diz que estes clubes não teriam orçamento para mais viagens. No entanto, também se ouvem queixas quando existem paragens de 3 semanas. As receitas de bilheteira, com excepção dos jogos com os grandes, nunca serão o “ganha pão”, o grosso vem de publicidade, transmissões, transferências, e o que melhor para isto do que estar na principal liga?

- E por último… porque sim;

Vá. Pensem melhor no assunto e definam tudo até ao início da próxima época. Em 2013/2014 teremos então um campeonato alargado.

12 de março de 2012

Sou só eu ou...

... mudar as regras do jogo a meio do campeonato é ilegal, imoral e impraticável?!

Mas quem é que toma uma decisão destas? Ainda por cima sabendo que é ilegal... Ou será que não sabem, e aí têm que ser classificados como incompetentes e o nosso futebol está entregue à incompetência?

Indicar agora, a 8 jornadas do fim que não desce nenhum clube da primeira para a segunda liga é desvirtualizar esta competição... O Leira, actual último classificado ainda tem que jogar, por exemplo, contra o Sporting e contra o Benfica podendo neste caso, ter uma palavra bastante importante a dizer na luta pelos lugares cimeiros... E o Feirense, actual 15º classificado que vai jogar ainda também contra o Sporting e Braga - já na próxima jornada! Vão-me dizer que os clubes vão lutar da mesma forma ao saberem que já não descem? É óbvio que não, tudo será muito mais descontraído...

Sobre isto e tentando justificar o injustificável, diz-nos o actual presidente da liga de futebol profissional - mas que marreta! - dizer-nos que, relativamente a este mesmo ponto que referi anteriormente, "... é óbvio que ninguém quer ficar em último (mesmo que não desça!). O actual 10º classificado também já não está a lutar nem por um lugar na UEFA nem pela manutenção e ninguém diz que vão jogar com menos vontade...". Ora caro senhor presidente! Se ao menos o senhor estivesse minimamente atento, saberia que o actual 10º classificado da liga é o Gil Vicente com 23 pontos, apenas mais 6 (!!!) pontos que a linha de àgua e 8 para o último. Ora, se 6 pontos é uma distância segura para a manutenção em 8 jornadas... É a pessoas como esta que o nosso futebol está entregue...

Segue-se uma novela que se antecipa ser longa, dura, e que nada ajuda a quem gosta de futebol...

Deixo-vos com uma pergunta: Em quê é que o futebol nacional iria beneficiar com a introdução de mais duas equipas na principal liga portuguesa? Mais duas equipas com pouca representação ao nível de adeptos que poucos adeptos iriam trazer aos estádios! Mais duas equipas com quem dividir as (poucas) receitas da primeira liga (e da segunda, já que também será alargada a 18 clubes!) e mais 4 (!!) jogos por época para as equipas nacionais com as respectivas deslocações e custos associados! Sou só eu... ou não é claro que sejam os clubes a beneficiar com isto?!

9 de março de 2012

(Quase) Um mês depois…

O Benfica, voltou finalmente a ganhar. E que vitória! Não porque tenha sido uma grande goleada ou exibição, mas porque representa a presença nos 8 magníficos da maior competição de clubes do mundo. A este nível, dois golos marcados e zero sofridos é sempre de assinalar. Este Zenit, não é nenhum colosso, mas também não são toscos nenhuns. Com esta vitória, o Benfica é esta época a 3ª equipa da UEFA com mais pontos, apenas atrás de Real e Barcelona.

Destaques do jogo:

Maxi: talhado para os jogos europeus onde, com boas exibições e um enorme pulmão consegue segurança defensiva e dinâmica atacante, ao ponto de marcar golos (6 para um defesa direito não está mau, em 5 épocas em que uma delas, o Benfica de Quique foi zero). Merecido este, redimindo-se do falhanço na Rússia que permitiu o 3-2.

Bruno César: outro que tem feito uma excelente campanha na Champions no seu ano de estreia, é bom lembrá-lo. Para quem foi alvo de chacota por dormir demasiado antes dos treinos, está a dar uma excelente resposta. Esteve nos dois golos e dinamizou a equipa. Se melhorar algumas perdas fáceis de bola, pode ser ainda mais influente e decisivo.

Witsel: pela excelente iniciativa no 1º golo: iniciou a jogada, tabelou e assistiu de calcanhar. É um box-to-box poderoso que poderá ainda mais, ser o equilíbrio da equipa. Um pouco como foi o Ramires, mas com mais técnica e menos velocidade. É o jogador que pode, como tenho defendido, esconder a bola quando assim é preciso. Com mais objectividade será ainda mais preponderante.

Nélson Oliveira: desde o mundial de sub-20 que digo que este vai ser grande (aquele golo ao Brasil na final…). Estreia de sonho com um golo e carimbo para os quartos, na competição onde apenas jogava na PS3. Pena ter poucas oportunidades neste Benfica. Pode vir a ter mais, em jogos em que a equipa precise de jogar fechada atrás, com um avançado rápido e possante na frente, características que Cardozo (+possante, -rápido) e Rodrigo (-possante, +rápido) não conjugam como o Nélson.

Jardel: o eterno suplente que pode ser titular e manter a segurança defensiva. A última vez que foi chamado nas mesmas circunstâncias (sem utilização anterior a titular) foi contra o Sporting e também não vacilou. Contra o Zenit ainda ofereceu acutilância nas bolas paradas, onde podia ter marcado por duas vezes. Não sendo exuberante, acaba por ser um suplente de luxo.

Uma última palavra para a 2ª liga europeia, criticam o City por ter dito que não conhece o Sporting, mas… quem conhece? Excelente vitória, dentro daquilo que o Sporting (ao contrário de outros) já nos habituou com as equipas inglesas. Apesar de continuar difícil, pois em Manchester eles vão ter uma atitude diferente, tudo é possível, não sofrer cedo e marcar primeiro, poderá significar a passagem. Estes jogos até acabam por ser mais fáceis pois a motivação está no máximo e a pressão do outro lado.

7 de março de 2012

Uma década a voar … baixinho!

Agora que já passou algum tempo sobre o clássico, impõe-se uma análise “fria e imparcial”.
Devo dizer que foi um bom jogo. Estiveram presentes os ingredientes mais apetecíveis, golos, reviravoltas no resultado e claro o tempero refinado por alguns lances polémicos.
A minha teoria acabou por se verificar: A equipa que arriscasse logo no início iria ganhar a partida! O Porto surpreendeu com uma entrada com garra e sem medo, o Benfica só conseguiu agarrar o jogo a meio da primeira parte e nesse momento já o Incrível tinha feito das suas: uma bola no fundo das redes e o pobre do Emerson com os olhos trocados.
A pressão alta do Porto e o triângulo do meio campo com o Fernando, Moutinho e Lucho (o tal que não acrescentou nada para o Porto) foram o segredo da vitória em particular para abrir o marcador. O primeiro golo foi um passe do Fernando para o Hulk, na sequência de uma perda de bola do Benfica. (*)
Os encarnados lá empataram ao fechar da primeira parte e até deram a volta ao marcador logo no arranque da segunda parte. Nesta fase do jogo o Benfica poderia ter “matado” as intenções de vitória do Porto, mas, não conseguiu segurar o jogo. Já que os da casa não queriam aproveitar, lá tivemos nós de carregar no acelerador e colocar o puto da Colômbia (acabado de chegar da seleção) a fazer um sprint de baliza a baliza e a marcar o golaço do empate. Para não me estar a repetir podem pegar na frase com o (*) e substituir o Hulk pelo James para perceberem como foi o lance.
Finalmente o golo da vitória. Não venham com desculpas do fora de jogo, é verdade que estava fora de jogo, mas o grande problema foi a falta de pressão de toda a defesa e da saída do Artur que fez lembrar os bons velhos tempos do Roberto. Porque razão ninguém fala do malabarismo do Cardozo, com a bola, na grande área?
Bom, para terminar e porque já devem estar a perguntar:  - porque raio este post está intitulado “Uma década a voar … baixinho!”?  - Cá vai a explicação:

Para os que não acreditam com o “coração” que o Porto foi o justo vencedor, aqui fica a “razão”: Nos últimos dez anos o Benfica recebeu o Porto 12 vezes, destes confrontos o Porto ganhou 6 (50%) e empatou 2. A águia ainda voa … mas muito baixinho.
Não me venham cá com tretas, ganhámos e ganhámos bem!

4 de março de 2012

Fora-de-jogo

Que o foi, toda a gente viu. Valeu uma vitória. É mais uma a contar para a contabilização das ligas da verdade. Que alguém se dê ao trabalho de o fazer. O que também todos viram é que no excelente jogo de sexta-feira, a vitória não assenta nada mal ao Porto. Qualquer uma das equipas poderia ter ganho, mas acabou por vir ao de cima todo o traquejo deste insuportavelmente, irritante e inconveniente (não sei se existe uma só palavra para definir isto, talvez seja a que se segue) Porto. Fora-de-jogo foi também o título do jornal “A Bola” que apesar de conotado com o Benfica, não foi para reclamar do erro do árbitro. Congratulou o adversário, colocou o Benfica fora da rota do título e começou a definir a rota do Jesus fora da Luz.

O Azar também não explica tudo. E muitas vezes repetido, começa a roçar a incapacidade. O Benfica joga em grande rotação ofensiva, até virou o resultado, mas isso não basta. Ou não bastou. É preciso saber estar por baixo no jogo, esconder a bola e conter o adversário sempre que necessário. Depois de uma reviravolta não se pode perder de uma forma tão, aparentemente fácil.

Entrou o James com meia hora para jogar e do lado Benfica nada mudou. Também não será menos verdade que uma equipa que mantém a identidade e não a muda em função do adversário, demonstra grande confiança e força. No entanto, é preciso respeitar e reconhecer as ameaças. Como foi possível ele fazer 60 metros sem levar uma trancada? Segue a bola. Era preciso guardá-la, se não se consegue ganhar, não se pode perder. Já o dizia a velha raposa. O cordeiro Jesus demonstra grande dificuldade na matreirice. A jogar em contenção, só me lembro de o ter feito uma vez com sucesso, nos 0-2 no Dragão para a Taça.

Expulsão, o Porto acreditou que podia vencer e fez por isso, não se contentou com o renascimento depois de ter morrido no jogo. Morto mas não enterrado, e o Benfica até o podia ter feito.

Livre para a área com 5 minutos para jogar. O Vitor jogou tudo e entrou mais uma torre, o Kléber para a molhada. E do Benfica nada. Onde estava o Matic? Não houve tempo para a substituição, como na Rússia para segurar o 2-2. O Vitor inventou tempo e ganhou.

O Pinto da Costa apresentou-se no final sereno e nada irónico, ao contrário do que é habitual. Não pisou, saiu por cima e com a terceira seguida na Luz. Salutar, a atitude e não a vitória, como é óbvio.

Ao Benfica, e principalmente ao Jesus, resta encher o balão na terça com o Zenit e mantê-lo cheio até receber o Braga. Caso contrário, inverter a situação começa a ser um milagre. Acredito que é possível, pois a qualidade reconhecida continua lá, a minha apreensão só existe pelo facto de, no passado, já termos demonstrado (muita) lentidão para virar o texto.

Por último, as maldições. A do Javi, só se foi mesmo ele ter jogado, péssimo regresso. Restam três. Estou a escrever com a convicção que terça-feira cai a do blog (só assim podia ser). A minha aposta forte continua a ser a da quaresma. Espero que também seja quebrada, pois não acredito em bruxos.

PS: Sporting campeão?! O de Braga, talvez.