O Azar também não explica tudo. E muitas vezes repetido,
começa a roçar a incapacidade. O Benfica joga em grande rotação ofensiva, até
virou o resultado, mas isso não basta. Ou não bastou. É preciso saber estar por baixo
no jogo, esconder a bola e conter o adversário sempre que
necessário. Depois de uma reviravolta não se pode perder de uma forma tão,
aparentemente fácil.
Entrou o James com meia hora para jogar e do lado Benfica
nada mudou. Também não será menos verdade que uma equipa que mantém a
identidade e não a muda em função do adversário, demonstra grande confiança e
força. No entanto, é preciso respeitar e reconhecer as ameaças. Como foi
possível ele fazer 60 metros sem levar uma trancada? Segue a bola. Era preciso
guardá-la, se não se consegue ganhar, não se pode perder. Já o dizia a velha
raposa. O cordeiro Jesus demonstra grande dificuldade na matreirice. A jogar em
contenção, só me lembro de o ter feito uma vez com sucesso, nos 0-2 no Dragão
para a Taça.
Expulsão, o Porto acreditou que podia vencer e fez por isso,
não se contentou com o renascimento depois de ter morrido no jogo. Morto mas
não enterrado, e o Benfica até o podia ter feito.
Livre para a área com 5 minutos para jogar. O Vitor jogou
tudo e entrou mais uma torre, o Kléber para a molhada. E do Benfica nada. Onde
estava o Matic? Não houve tempo para a substituição, como na Rússia para
segurar o 2-2. O Vitor inventou tempo e ganhou.
O Pinto da Costa apresentou-se no final sereno e nada irónico,
ao contrário do que é habitual. Não pisou, saiu por cima e com a terceira
seguida na Luz. Salutar, a atitude e não a vitória, como é óbvio.
Ao Benfica, e principalmente ao Jesus, resta encher o balão
na terça com o Zenit e mantê-lo cheio até receber o Braga. Caso contrário,
inverter a situação começa a ser um milagre. Acredito que é possível, pois a
qualidade reconhecida continua lá, a minha apreensão só existe pelo facto de,
no passado, já termos demonstrado (muita) lentidão para virar o texto.
Por último, as maldições. A do Javi, só se foi mesmo ele ter
jogado, péssimo regresso. Restam três. Estou a escrever com a convicção que
terça-feira cai a do blog (só assim podia ser). A minha aposta forte continua a
ser a da quaresma. Espero que também seja quebrada, pois não acredito em bruxos.
PS: Sporting campeão?! O de Braga, talvez.
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